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Delegado da PF encoraja outras enfermeiras a denunciar abusos na saúde indígena de Paranatinga e Barra

Esquema consistia na venda de vagas e enfermeiras contratadas eram obrigadas a enviar fotos íntimas para os criminosos.

Publicada em 22/09/24 às 07:37h

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Delegado da PF encoraja outras enfermeiras a denunciar abusos na saúde indígena de Paranatinga e Barra
 (Foto: A Notícias em Foco)
O delegado federal Murilo de Oliveira Freitas espera que após a deflaração da “Operação Kalasiris”, na quarta-feira (18), outras vítimas que tenham sofrido abusos sexuais também denunciem.

A ação mirou um esquema criminoso no Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante, em Barra do Garças, que é o órgão responsável pela gestão da saúde indígena, em que enfermeiras contratadas eram obrigadas a enviar fotos íntimas para os criminosos.
Além disso, as novas contratadas eram obrigadas a pagar valores em dinheiro para conseguirem as vagas.

"Nosso propósito é a desarticulação da associação criminosa, e também encorajar novas vítimas que procurem a Polícia Federal e tragam novos elementos que possamos prosseguir com essa investigação”, disse.

Entenda o caso

A investigação da Polícia Federal identificou um esquema de manipulação e venda de vagas por parte dos responsáveis pela contratação de agentes de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante, criando um ambiente laboral insalubre, comprometendo a higidez da gestão da saúde indígena.

A exigência ilícita, para além de altos valores como condição para manutenção de contratos, estendia-se à solicitação de imagens íntimas das enfermeiras contratadas, em notório quadro de assédio sexual por parte dos responsáveis pela contratação.
O constrangimento sexual e chantagem no ambiente de trabalho da saúde indígena, como condição para que enfermeiras não fossem demitidas ou tivessem demissões revertidas, criava um ambiente de trabalho humilhante, tendo feito com que diversas vítimas procurassem a Polícia Federal com medo de retaliações e/ou perseguições.

Além disso, as diligências apontaram que as contratadas que não se submetiam aos pagamentos e cumprimento das ordens ilegais passavam a sofrer contínuas retaliações e remanejamentos de área, ou mesmo eram demitidas com base em "avaliações de desempenho negativas”, produzidas sem fundamentação legítima.

Dentre as ordem ilegais dirigidas às vítimas pode-se citar, por exemplo, determinação de criação de falso censo populacional indígena, com o fim de solicitar novas vagas para contratação.

Os policiais cumpriu 14 medidas cautelares nas cidades de Barra do Garças/MT, Paranatinga/MT e Aragarças/GO, expedidas pela Justiça Federal de Barra do Garças, sendo: - 1 mandado de prisão preventiva; - 2 ordens de suspensão de toda e qualquer função pública e a proibição de contato com as vítimas e testemunhas; e 11 mandados de busca e apreensão.



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