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Prefeita de Barão de Melgaço decreta 50 dias de recesso por falta de dinheiro

Cidade busca investimentos para se tornar polo turístico, enquanto isso precisa lidar com as dificuldades financeiras.

Publicada em 30/11/23 às 06:45h

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Prefeita de Barão de Melgaço decreta 50 dias de recesso por falta de dinheiro
 (Foto: A Notícias em Foco)
A prefeita de Barão de Melgaço (112 km de Cuiabá), Margareth Gonçalves (PSDB), decretou um recesso de 50 dias para o funcionalismo público municipal. A medida, tomada todos os anos, se deve a "dificuldades orçamentárias", segundo ela. Seria uma forma de impedir que a máquina pública deixe de atender a população.

Em conversa com o RepórterMT, a prefeita explicou que a medida é tomada porque a cidade é completamente dependente de repasses externos. Segundo Margareth, por ser a única cidade brasileira 100% no Pantanal, a cidade não pode ter indústrias ou mineração como fonte de renda, como outras cidades da Baixada Cuiabana, por exemplo.
Isso prejudica o desenvolvimento local e leva a administração pública a tomar medidas como essas, que têm o objetivo de impedir que existam atrasos na folha de pagamento do município.
Barão de Melgaço é um município que tem 12 mil quilômetros quadrados de extensão, um município de grande extensão territorial e é um município que depende só de repasses. Por quê? Porque é o único município que está 100% dentro do Pantanal”, explicou.


“Não temos indústria, nós não temos garimpo, nós não temos draga, nós não temos empresa. A única empresa é a Prefeitura”, acrescenta.

Margareth exemplifica a situação usando a educação municipal. Ela diz que recebe R$ 238 mil referentes ao Fundo Nacional da Educação (Fundeb), contudo os gastos da Prefeitura são na ordem de R$ 598 mil.
Isso se deve às particularidades enfrentadas pela região. Alunos precisam ser buscados de barcos às 4h da manhã e precisam receber o desjejum, em razão do horário em que saem de casa. A cidade ainda arca com os custos da merenda escolar e de mais uma refeição servida antes de elas voltarem para casa.

“Quando o município tem a sua receita própria, organizada, como as prefeituras do norte, como Sorriso, Campo Verde, que tem uma receita rica, ela não tem essa dependência de repasse. Ela trabalha com a sua própria receita e ela faz a sua própria administração independente”, explica.

Com a decisão, o funcionalismo será reduzido ao mínimo necessário para garantir a ordem pública. Estão previstas, ainda, escalas de revezamento entre os servidores.

A medida não atinge as secretarias de Saúde, Infraestrutura, Viação e Obras, Educação, e alguns setores da secretaria de Finanças.

A prefeita explica que um dos planos da gestão é tornar a cidade um polo de turismo de sustentabilidade no Estado, aos moldes da cidade de Bonito, em Mato Grosso do Sul. Para isso, contudo, precisa de investimentos dos governos Estadual e Federal e da bancada federal no Congresso Nacional.

“Eu não quero só depender de repasse, eu estou correndo atrás, solicitando vários projetos pra infraestruturar o município, pra ele se tornar menos dependente. Nós precisamos dar condições para o município investir num turismo de sustentabilidade, pra que os nossos filhos não vão embora para Cuiabá buscar oportunidades”, concluiu.



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